PERFORMATIVIDADES SAPATÃO

Este é um material introdutório referente a práticas performativas sapatão. Referente ao termo “sapatão”, opto por seu uso na tentativa de afirmar a corrente resignificação da palavra, utilizada de forma pejorativa por muitos anos como uma ofensa homofóbica, e sua retomada pelas militantes e ativistas para sua reafirmação de existência. Ainda, é válido destacar o mais recente debate no campo de gênero e sexualidade, na qual a palavra “sapatão” vem sido apropriada para além do campo da sexualidade lésbica e borrando seus limites com a identidade de gênero, visto que a subjetividade dos corpos é intrínseca a cada vivência e as diferentes formas de viver sua dissidência.

A estratégia utilizada nesse panorama é buscar materiais em vídeo de performers que se considerem sapatão, sendo binárias ou não, com o intuito de apresentá-las, em seus mais diversos formatos, como documentação de ações, vídeo-performance, videoclipes e registros fotográficos. Importante destacar a dificuldade de encontrar tais artistas, pois se tratando de práticas ativistas e lésbicas, não estão na grande mídia e muitas vezes até sendo uma pauta invisibilizada em ambientes artísticos que contém produção LGBTQIA + em seu repertório.

Por Jenn Cardoso, bolsista e pesquisadora do Performa Dissidência em Jogo.

JULHA FRANZ

Julha Franz nasceu em Porto Alegre em 1993, atualmente se identifica como não-binárie e lésbica agressiva, suas obras discutem as fronteiras entre gênero, sexualidade e tecnologia. É multiartista: performer e artista visual, atua como drag queen/king em festas e eventos noturnos. Já participou de diversas exposições em galerias de arte e em mostras competitivas/ festivais de performance internacionais.

Por Jenn Cardoso, bolsista e pesquisadora do Performa Dissidência em Jogo